domingo, 8 de março de 2015

Botelho

Antipático e parasita.“... muito macilento, com uns óculos redondos que lhe aumentavam o tamanho da pupila e davam-lhe à cara uma expressão de abutre...”.
“...via-se totalmente sem recursos e vegetava à sombra do Miranda...”  
(Davi Pinheiro)

Henrique

Estimado de Dona Estela. “Dona Estela, no cabo de pouco tempo, mostrou por ele estima quase maternal...” (Davi Pinheiro)

Zulmira

Vivia para satisfazer a vontade do pai. “...pálida, magrinha, com pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos lábios (...) olhos grandes, negros, vivos e maliciosos.” (Davi Pinheiro)

Léonie

Prostituindo-se, independe dos homens. “... com as suas roupas exageradas e barulhentas de cocote à francesa, levantava rumor quando lá ia e punha expressões de assombro em todas as caras.” (Davi Pinheiro)

D. Estela

Adultera e presunçosa. “...senhora pretensiosa e com fumaças de nobreza...”
(Davi Pinheiro)

Piedade

Portuguesa que é casada com Jerônimo. Representa a mulher européia. Submissa, honesta e trabalhadora. Era esposa de Jerônimo, e, assim como Bertoleza, se assemelha nos aspectos psicológicos. “Piedade merecia bem o seu homem, muito diligente, sadia, honesta, forte, bem acomodada com tudo e com todos, trabalhando de sol a sol e dando sempre tão boas contas da obrigação, que os seus fregueses de roupa, apesar daquela mudança para Botafogo, não a deixaram quase todos.” (Inocêncio Solimões)

Firmo

Mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana. Gastador, vadio, galanteador, charlatão e presunçoso. Amigo de Rita Baiana, é descrito como “um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira”. “...Era oficial de torneiro, oficial perito e vadio: ganhava uma semana para gastar num dia...”. (Inocêncio Solimões)

Pombinha

Amiga, inteligente e pura. Representa o extremo oposto de Rita Baiana, com sua beleza imaculada. “A filha era a flor do cortiço (...) Bonita, posto que enfermiça e nervosa ao último ponto: loura muito pálida, com uns modos de menina de boa família”. “...era muito querida por toda aquela gente.”“Era quem escrevia cartas (...) quem tirava as contas; quem lia os jornais...”  (Inocêncio Solimões)

Rita Baiana

Mulata sensual e provocante que promove os pagodes no cortiço. Representa a mulher brasileira. Malemolente, sensual, alegre e assanhada. É objeto de desejo da maioria dos homens do cortiço. “E toda ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para a esquerda, pondo à mostra um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam a sua fisionomia com um realce fascinador.” (Inocêncio Solimões)

Miranda

Comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora num sobrado aburguesado, ao lado do cortiço. Invejoso, ganancioso, rico, esperto, oportunista, não era feliz no casamento, entretanto, continuou casado pois dependia do dote de sua esposa, D. Estela. “... o Miranda pilhou-a em flagrante delito de adultério; ficou furioso e o seu primeiro impulso foi de mandá-la para o diabo junto com o cúmplice; mas a sua casa comercial garantia-se com o dote que ela trouxera...”   (Davi Pinheiro)


Jerônimo

Português “cavouqueiro”, trabalhador da pedreira de João Romão, representa a disciplina do trabalho. Nostálgico, forte, trabalhador, dedicado e honesto. É casado com Piedade, mas sucumbe à malemolência de Rita Baiana. “... a força de touro que o tornava respeitado e temido por todo pessoal...”, “... grande seriedade do seu caráter e a pureza austera dos seus costumes...”. “... um pulso de Hércules...”.  (Inocêncio Solimões)

Bertoleza

Quitandeira, escrava cafuza que mora com João Romão, para quem ela trabalha como uma máquina. Trabalhadora, submissa, sonhava com a liberdade por meio de uma carta de alforria. É enganada por João Romão quando este falsifica sua carta de alforria. Representa o arquétipo da mulher ideal nos moldes da época, acrescido do fato de ser negra e escrava. “E, no entanto, adorava o amigo, tinha por ele o fanatismo irracional das caboclas do Amazonas pelo branco a que se escravizam, (...) são capazes de matar-se para poupar do seu ídolo a vergonha do seu amor.”“... às quatro da madrugada estava já na faina de todos os dias...” (Inocêncio Solimões)

João Romão

Taverneiro português, dono da pedreira e do cortiço. Representa o capitalista explorador.Esperto, miserável, inescrupuloso (chegando, muitas vezes a margear a desumanidade), ganancioso, empreendedor, enganador e invejoso. É o dono do cortiço no qual se ambienta o livro. É “marido” de Bertoleza. “... deixando de pagar todas as vezes que podia e nunca deixando de receber, enganando os fregueses, roubando nos pesos e nas medidas...”.      (Inocêncio Solimões)